segunda-feira, 26 de outubro de 2009

HISTÓRIAS COM BICHOS (2)


“Morte de cão”, de Frank Gruber (Ed. Livros do Brasil)

Neste livro policial não aparece um cão, nem dois , nem três, mas 200. 200 São Bernardos!

Os conhecidos heróis do livro (Johnny Fletcher e Sam Cragg) ficam entusiasmados quando o segundo recebe um aviso para tomar posse de uma herança. Quando, felizes, a vão para receber, depara-se-lhes um rol de dívidas e… um canil com 200 cães. O desespero é grande, principalmente porque, como não podia deixar de ser, há uns assassinatos à mistura. Tudo se baralha, mas a imaginação de Fletcher e a acção musculada de Cragg resolvem o problema. É pena que o São Bernardo mais bonito e manso de todo o canil, o Oscar, também tenha sido assassinado.

quarta-feira, 21 de outubro de 2009

Alemanha: Animais afectados pela crise têm "sopa dos pobres"

Há cães grandes como um labrador e pequenos como um pekinois . Há pastores-alemães, jack russel ou rafeiros. Os donos, tal como os animais, são todos diferentes: idosos, mulheres jovens, homens, famílias, grupos de punks com meias rasgadas. Uns estão desempregados, outros doentes ou sem abrigo, bastantes reformados: pessoas que, por uma razão ou por outra, ficaram sem o rendimento habitual e recorrem à Tiertafel, uma espécie de sopa dos pobres para os animais.
Na antiga escola de Treptow, uma zona de Berlim Leste bastante periférica, dezenas de pessoas esperam a sua vez com mochilas e sacos para levar ração e biscoitos, e não só para cães e gatos: o banco alimentar tem comida para pássaros, hamsters, porquinhos da Índia... "e agora até temos um cavalo", diz Mike Schäfer, um dos voluntários. Antes de receberem a comida, os donos dos animais tiveram de se registar, mostrando comprovativos de rendimento - pensões de reforma, subsídio de desemprego ou outras prestações sociais. Outra condição é que não tenham acabado de adquirir o animal.
A sopa dos pobres dos animais abriu em Berlim em Outubro de 2008, e há já outras iniciativas em várias cidades alemãs. Em Berlim são ajudados uns 800 donos com cerca de 2125 animais; a nível nacional são oito mil donos.
Cada sábado, cerca de dez voluntários estão na antiga escola para ajudar a distribuir os cerca de 900 quilos de comida que vêm de doações das empresas que produzem comida de animais - "quando vêem que o prazo está quase a acabar e já não podem vender dão-nos", explica Mike Schäfer. Também há muitas doações individuais, em comida, trelas, brinquedos, tudo e mais alguma coisa. Com a crise, muitas pessoas deixam de ter hipótese de tratar os seus animais, e cada vez mais são abandonados. A ideia da Tiertafel é que as pessoas que perderam o rendimento habitual - e passaram a contar só com os 350 euros do subsídio de desemprego - possam manter os seus animais.
Claudia, uma mulher de 50 anos que parece mais jovem sobretudo por causa do cabelo meio rasta - embora discreto, apanhado no alto da cabeça - e que prefere não dizer o apelido, está nesta posição: de um emprego normal passou a receber a ajuda do Estado para desempregados de longa duração - 350 euros, para os desempregados de curta duração o subsídio é bastante maior - e isso não é suficiente. Confessa que alimenta o seu cão com a ração que vai levar daqui e com restos de carne que os supermercados deitam fora, um dia após o fim do prazo.
Tommy Pohle, um engenheiro informático magro de óculos redondos e postura zen, conta que o trabalho que faz já não lhe dá o suficiente para si, a mulher, que entretanto ficou doente, os dois filhos, a cadela e o gato. A Tiertafel faz com que consiga manter os animais bem alimentados. "Temos ajuda do Estado, claro, mas não chega para tudo", sorri, olhando para a cadela. Foi afectado pela crise? "Bem, sem dúvida que há dois anos estava muito melhor."
Veterinário também
"Não tenho emprego e o cão tem de comer", resume Lutz Klimpel, um outro engenheiro informático de rabo de cavalo grisalho e chapéu de abas, que tenta controlar um pastor-alemão especialmente enérgico. "Ajuda muito, são 20 ou 30 euros por mês que poupo - e sem emprego é preciso poupar em tudo."
Sabine Guthke é mais jovem mas está com o mesmo problema de desemprego já há dois anos. "Antes pintava paredes mas agora não há trabalho por causa da crise", diz. "Não temos muito dinheiro para tratar dos animais" - ela tem um cão e um gato - "assim é muito bom podermos ter a comida". E há ainda um veterinário que vem de vez em quando, uma vantagem preciosa, diz Sabrine: "Mas espero não ter de vir cá sempre. Espero conseguir um trabalho depressa e poder passar a ter dinheiro para tratar deles". Mas Sabine não tem grandes expectativas de que as eleições de domingo tragam alterações. "Vou votar, mas não vai mudar grande coisa". Também o informático Klimpel diz que os partidos estão "cada vez mais iguais", e "a grande coligação vai manter-se e não vai necessariamente fazer grande coisa". Claudia gostava que "as coisas mudassem" e que houvesse uma coligação vermelho-vermelho verde (sociais-democratas, Die Linke, Verdes), a única que iria "atacar os bancos que nos puseram nesta embrulhada".
http://ecosfera.publico.pt/noticia.aspx?id=1401769

sexta-feira, 16 de outubro de 2009

Animais de eleição


Entre os grandes animais, os cavalos são aqueles com quem o Homem tem uma relação privilegiada. Uma ligação de longa data, que nos tempos modernos se associou crescentemente ao desporto e ao lazer. Também os cuidados com os equinos têm evoluído, da alimentação à medicina, fazendo face às suas afecções mais comuns, das cólicas às locomotoras e à doença respiratória crónica.
O processo de conhecimento sobre as patologias que afectam os equinos evoluiu muito nas últimas duas a três décadas. O aumento do impacto económico do desporto equestre, associado ao grande desenvolvimento de meios complementares de diagnóstico até então só disponíveis na medicina humana, vieram disponibilizar ao médico veterinário uma série de "armas" imprescindíveis ao diagnóstico e tratamento das diversas doenças que afectam estes animais.

Portugal acompanha a evolução em termos de medicina veterinária de equinos, embora não atinja o mesmo grau de progresso dos países mais desenvolvidos nesta área, como os EUA, Reino Unido, Alemanha, Holanda, Bélgica, França ou Suíça. Isto deve-se sobretudo à dimensão do mercado nacional, «que leva a que as receitas do desporto equestre e da criação cavalar não permitam um investimento equiparável ao dos países referidos», considera Rui Mendes, médico veterinário.

A nova relação Homem / equino veio também determinar o tipo de selecção de raças efectuada. Mário Barbosa, médico veterinário na Fundação Alter Real, organismo que actualmente tutela toda a criação cavalar nacional, explica à Veterinária Actual que a selecção de cavalos está «necessariamente dependente de modas momentâneas e pouco de índices mensuráveis. Daí que a testagem funcional, se bem que muito importante, tem sempre que ser encarada com certas reservas».

Apuramento de raças

Em Portugal, a selecção foi, durante muitos anos e em larga medida, orientada pelo Estado, através da Coudelaria Nacional e pela Associação Portuguesa das Raças Selectas, que praticamente controlava todos os Stud-Books, ou livros genealógicos, das diversas raças de cavalos criadas em Portugal. Posteriormente, o cavalo Lusitano, dada a sua importância nacional, criou a sua própria associação e, com ela, recebeu do Estado o controlo do seu Stud-book. Nos anos subsequentes outras raças fizeram o mesmo.

As raças hoje reconhecidas são a Puro-sangue Lusitano, Puro-sangue Árabe, Anglo-Árabe, Puro-sangue Inglês, Sorraia, Garrano, Português de Desporto e Cruzado Português.

Actualmente a Fundação Alter Real dispõe de um controlo sobre todos os livros genealógicos; um Depósito de Garanhões, onde se encontram garanhões de diversas raças para reprodução em éguas particulares em que os criadores pretendam a sua cobrição; bem como uma Unidade de Reprodução Obstetrícia e Neonatologia, onde se procede aos trabalhos de reprodução, quer das éguas do efectivo da Fundação, quer das particulares que o solicitem.

Também como medida de controlo da criação, e no sentido de certificar as afirmações dos criadores, a Fundação dispõe de um Laboratório de Genética Molecular onde, a partir de 17 marcadores moleculares, é possível confirmar a paternidade de todo o efectivo equino nascido em Portugal e no estrangeiro (raças nacionais). Como forma de credibilizar todo o sistema, é mantido sempre actualizado um Registo Nacional de Equinos.
http://www.veterinaria-actual.pt/index.php?option=com_content&task=view&id=882&Itemid=2

terça-feira, 6 de outubro de 2009

Foca-monge volta a nascer em praias após séculos


Uma das espécies mais ameaçadas de extinção escolheu areal na Mauritânia.

Pela primeira vez em 400 anos nasceu esta semana uma foca-monge numa praia. Foi na costa da Mauritânia, aberta ao oceano Atlântico e ao deserto do Sara. Os biológos consideram o acontecimento um bom sinal, quando o normal é que estas focas nasçam em cavernas abertas ao mar, segundo noticia o El Mundo. As focas, também conhecidas como lobos do mar, viveram no passado por todas as costas mediterrânicas e as atlânticas do Norte de África. Mas a contaminação do mar, a concorrência desenfreada na pesca e a perseguição à espécie dizimaram estas criaturas já citadas por Homero na sua Odisseia. Actualmente só restam alguns exemplares pela costa marroquina, e em algumas parte do Atlântico e a centenas de milhas de distância na grande colónia do cabo Branco, uma terra de ninguém junto à Mauritânia.

http://dn.sapo.pt/inicio/ciencia/interior.aspx?content_id=1381233&seccao=Biosfera