
“O PAPAGAIO CHINÊS”, de Earl Derr Biggers (Ed. Livros do Brasil)
Desta vez é um papagaio, o Tony, que se mete ao barulho e que, por isso, morre assassinado. A propósito, diz o grande, sublime e mundialmente conhecido e respeitado detective Charlie Chan, “Se Tony não tivesse gritado nas trevas, onde estaria o colar a estas horas?.... Tony morreu, mas a sua vida teve uma utilidade exemplar.”
Segundo o autor, os papagaios só têm capacidade de memorização e de repetição. Não têm capacidade de raciocínio ou seja, inteligência.
Discordamos do senhor Biggers. E exemplificamos a nossa discordância com uma estorinha verídica.
Há uns anos largos, havia uma “República” em Nampula, a Norte de Moçambique, onde na quina da larga varanda habitava um papagaio chamado Joquinha. Todo o mundo conhecia o Joquinha pela sua simpatia e também pelas intrigas e complicações que arranjava com as namoradas dos habitantes da “República”: trocava-lhes o nome e arranjava maneira de elas desconfiarem da fidelidade dos seus apaixonados.
Mas a estorinha é outra e passa-se com o médico que todos os dias passava pelo Joquinha e tirando o chapéu lhe dava a saudação: “Bom dia, Joquinha!” e o papagaio também respondia com igual educação: “Bom dia, doutor.” Mas um dia o médico vinha completamente distraído com os seus problemas e nem viu o papagaio que o repreendeu com vigor desusado “Bom diiiiaaaa!!!”
Ao que o médico, dando pela falta e, educado como sempre, respondeu atrapalhado, tirando o chapéu, “Bom dia, Joquinha”. Ao que o papagaio respondeu imediatamente com indignação: “Vai à merda!” e, para demonstrar ao pobre doutor que estava mesmo magoado com ele, durante uns dias não lhe respondeu à saudação.
O facto é verídico e ainda pode ser revivido por alguns antigos habitantes da “República”.
Foto Papagaio planetabird.files.wordpress.com/2009/05/papag...
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