domingo, 19 de julho de 2009

O Trinco

Chamo-me Trinco pois a nossa ninhada foi pequena: apenas três cachorros. Sou branco com manchas castanhas e os meus irmãos são castanhos com manchas brancas. Fomos abandonados na rua.
Não sei o nome deles; sei o meu porque fomos recolhidos por um empregado da Câmara que nos viu muito juntinhos a tremer de frio e nos trouxe. Deixou os meus irmãos no canil e tive a sorte de ser escolhido para ir viver com ele. Com ele e com os dois filhos do senhor. Os dois filhos ainda são pequenos e damo-nos todos muito bem. Brincamos muito, mesmo quando chove.

Às vezes tenho saudades dos meus irmãos e de brincar com eles também.
Mas hoje estou com sorte pois o senhor Joaquim, o meu dono, disse à hora do almoço que iríamos ao Canil para ver o que tinha acontecido aos meus irmãos. Já lá vão cerca de dois meses.

Então o senhor Joaquim chamou os dois filhos, Pôs-me a coleira e a trela e lá fomos todos ao Canil Municipal. Depois de o meu dono falar com uma senhoras, entrámos e começámos a percorrer a casa. Hiiii! Tantos cães!!! Mas de meus irmãos, nada! Procurámos mesmo até ao fim, mas nada: já lá não estavam, já tinham conseguido uma casa de acolhimento.

E não sei se fiquei triste se alegre por não ver os meus irmãos, mas acho que eles agora estão tão bem como eu.

Álvaro Marques
Publicada por Canil Intermunicipal da AMTSM em 5 de Junho 2009

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