segunda-feira, 31 de agosto de 2009

Cão de Água é a raça ideal para a investigação



Investigadores norte-americanos descobriram os genes responsáveis pelo bigode e as sobrancelhas ou o tamanho e a forma do pêlo.
Investigadores norte-americanos recorreram ao cão-d'água português, a raça favorita do presidente Barack Obama, para identificar o gene que torna o pêlo dos cães encaracolado ou longo e ondulado. Num trabalho publicado na revista Science, esta equipa de biólogos da Universidade de Utah mostra que os sete grandes tipos de pêlo dos cães de raças puras são determinados por variações de apenas três genes (RSPO2, FGF5 e KRT71).
"Descobrimos três genes que controlam 90 por cento dos tipos de pêlo que caracterizam as diferentes raças de cães", explicou Gordon Lark, um dos 20 autores da investigação, integrada num estudo mais vasto dos Institutos Nacionais de Saúde (NIH) dos Estados Unidos. "Ajudámos a identificar o gene que torna o pêlo encaracolado ou ondulado", precisou Kevin Chase, outro dos autores.
o analisarem um milhar de cães de 80 raças domésticas, os investigadores descobriram que o RSPO2 é responsável pelo bigode a as longas sobrancelhas, o FGF5 faz com que o pêlo seja curto ou longo e o KRT71 determina se é encaracolado ou ondulado.
Segundo Lark e Chase, que há anos estudam o cão-d'água português, o gene KRT71 é portador do código que produz queratina 71, uma proteína estrutural do pêlo. Embora ambos estudem os efeitos genéticos deste gene, Lark acha que os outros dois genes envolvidos no tipo de pêlo são mais interessantes por produzirem proteínas reguladoras de uma série de processos nos organismos vivos, e não só do tipo de pêlo do cão, o que os torna relevantes para doenças de cães e humanos.
"Os cães partilham muitas doenças e outras características com os humanos", sendo usados há décadas em testes farmacêuticos e médico-fisiológico-bioquímicos, referiu Lark. "Não é por isso surpreendente", acrescentou, "que partilhem grande parte do seu genoma como o dos humanos".
Segundo o cientista, a manipulação de um cão pode torná-lo mais vulnerável ao cancro e a outras doenças, reduzindo-lhe a esperança de vida.

http://dn.sapo.pt/inicio/ciencia/interior.aspx?content_id=1348186&seccao=Biosfera

quinta-feira, 20 de agosto de 2009

Bichos de estimação inspiram belas músicas

Quem ouve “Martha My Dear”, dos Beatles, pode achar que o título da canção se refere a alguma mulher. Mas, na verdade, Martha era o nome da cadela de Paul. Como essa, muitas outras belas músicas foram compostas para bichos de estimação.
Confira a nossa lista com algumas das canções mais tocantes que tiveram como inspiração animais que eram queridos dos músicos.

-"Martha My Dear"– The Beatles
Martha era o sheepdog de Paul McCartney. Apesar de ter dado nome à canção, a letra é dedicada a Jane Asher, mulher por quem o beatle era apaixonado.



-“Ben” - Michael Jackson
Aos 13 anos, Michael Jackson gravou a canção tema do filme “Ben”, no qual um menino tem um rato de estimação com esse nome. A música concorreu ao Oscar de trilha sonora, falando da amizade entre a criança e seu bichinho. “Com um amigo para chamar de meu/Eu nunca serei solitário/E você, meu amigo, vai ver/Que tem um amigo aqui”, diz a canção.

-"I Love My Dog” - Cat Stevens
Em 1966, Cat Steven lançou seu álbum de estreia. Em uma das canções, aproveitou para declarar seu amor a um cachorro. “Eu amo meu cão tanto quanto eu te amo/Mas você pode desaparecer, meu cachorro sempre estará comigo”.

“-“Old King” - Neil Young
No álbum “Harvest Moon”, de 1992, Neil Young conta uma bela história sobre um homem e seu cachorro. “Eu tinha um cachorro e seu nome era King/Eu contava de tudo ao cachorro”

-“Smelly Cat” - Phoebe Buffay
No seriado “Friends”, a personagem Phoebe (de Lisa Kudrow) adora cantar. Sua composição mais famosa é “Smelly Cat” (Gato Fedido), uma canção em homenagem ao pobre gato que não tem culpa por cheirar mal. “Eles não te levam ao veterinário/ Obviamente você não é o pet preferido deles/ Gato Fedido, não é culpa sua”.

-“Do Sétimo Andar” – Los Hermanos
A canção escrita por Rodrigo Amarante é uma grande incógnita. Há quem diga que representa a fala da mãe de um mendigo, outros apostam que é sobre uma pessoa louca. Mas uma das teorias é que fala de um cachorro que fugiu. O autor nunca contou qual foi a inspiração para os versos, mas eles têm tudo a ver com a história de um cão: “Deus sabe que o que eu quis foi te proteger/ Do perigo maior que é você/ E se numa esquina qualquer te vir, será que você vai fugir?”.


http://www.anda.jor.br/?p=16915

quarta-feira, 19 de agosto de 2009

terça-feira, 18 de agosto de 2009

O artista chama-se Jean-luc Cornec e as ovelhas


Museu de Comunicações, em Frankfurt.
DESTINO DOS ANTIGOS TELEFONES...

Frases consistentes da vida I

O CÃO FOX QUE NÃO ERA FOX


Quando éramos miúdos e estávamos em Lourenço Marques, apareceu lá em casa um cão. Trouxera-o o boémio da família: o pai. Como toda a gente sabe, os cães adoram os bêbedos e as noctívagos pois são os únicos com quem podem falar. Os bêbedos e noctívagos respondem bem aos bichos e lá se entendem. Pois aquele cachorro tinha franqueado as portas da nossa casa com o nosso pai e, mais tarde, as portas dos nossos corações.
De manhã a mãe disse logo que eram coisas do vosso pai e ficámos a olhá-lo para lhe escolher um nome. Desde Napoleão a Zacarias, passando pelos Pilotos, tudo foi aventado. Até que uma voz disse: “É um “fox terrier”. À palavra fox o bicho ergueu a cabeça e as orelhas. Gostou da sonora palavra. Ficou Fox para a eternidade.
E o Fox passou a ser a companhia de uma menina e três rapazes. Ia não só para a praia connosco, como também para a prancha de saltos, o que deixava marcas das suas unhas nas costas de meus irmãos. No regresso, parávamos numa quinta abandonada onde só havia para roubar, limões enormes e azedos. Mas com aquele calor e sede, marchava tudo – era a pausa para os limões que o Fox também comia de focinho arreganhado: não gostava mas comia! Bravo e solidário cão!
Decorria assim a nossa vida entre a praia da Polana, a caça aos gála-gálas e os estudos, quando, numa manhã, demos pelo desaparecimento do Fox. Foi o bom e o bonito. Toda a gente a berrar por ele, os meus irmãos a correrem os arredores e a minha mãe espantada enquanto o pai dormia.
A mágoa invadiu-nos durante três dias. Até os dois gatos (o “Espadinha até à última” e o “Dom Fuas”) deram pela sua falta, pois tinham por hábito fazerem a sesta sob a sua pata protectora. Foi quando a mãe nos contou o telefonema que tinha recebido.
- Pois a senhora é a dona do Fox, aliás, César. Quando o cão lhe desapareceu, ela pôs toda a gente, amigos e conhecidos em campo, à procura do bicho. Localizado que foi, havia que tirar referências. Que foram boas. O cão era estimado e estava feliz com os meninos. A senhora não tem filhos e compreendeu a felicidade do Fox-César em viver connosco.
Passados uns três meses, numa manhã à hora da escola, aparece o Fox. Não vinha visitar-nos, não. Vinha matar saudades por uns meses. E durante mais de um ano, ele andou cá e lá, acarinhando ora uns donos ora outros, até que ficou por lá definitivamente… enfim, eram os seus primeiros donos e amigos.
Por ser verdadeira se conta esta história, que vai acompanhada de uma enorme nostalgia.

A.M

segunda-feira, 17 de agosto de 2009

Estudo revela que o tigre da Índia é a mais elevada das subespécies existentes

A chave para a sobrevivência do tigre (Panthera tigris) - espécie ameaçada de extinção, com apenas 3500 animais em estado selvagem - está no subcontinente indiano. A importância do tigre de Bengala (Panthera tigris tigris) é a sua variabilidade genética, a mais elevada das seis subespécies existentes, diz um estudo publicado na revista científica disponível on-line grátis PLoS Genetics.
Avistar os 2000 tigres de Bengala em estado selvagem (na Índia, Bangladesh, Nepal, Butão, Birmânia e Sul do Tibete) é cada vez mais difícil. Esta subespécie representa 60 por cento da população mundial e foi estudada pela equipe da indiana Uma Ramakrishnan, do Centro Nacional para as Ciências Biológicas. As suas conclusões podem fazer a diferença para a sobrevivência de uma espécie que registou uma assustadora diminuição de 93 por cento, devido à caça, à perda de habitat e desaparecimento das suas presas. Das nove subespécies conhecidas, três extinguiram-se na última metade do século XX.
“Os nossos resultados são importantes para a conservação global do tigre, porque sugerem que as populações do subcontinente indiano são cruciais para a recuperação da espécie”, escrevem os autores.
Após recolher 71 amostras de excrementos de tigres de Bengala - de animais de 28 populações diferentes, a viver em áreas protegidas -, Ramakrishnan concluiu que estes animais “têm uma variabilidade genética muito mais elevada do que as outras subespécies”. Isto explica-se porque as outras registaram declínios mais graves e porque têm populações menores.
A Índia perdeu 90 por cento dos seus animais nos últimos 200 anos. Os investigadores lembram que mais de 80 mil tigres foram mortos de 1875 a 1925, durante o domínio colonial britânico, que tinha como desporto a caça ao tigre com armas de fogo.
Apesar da regressão das populações, o tigre de Bengala tem 76 por cento da diversidade mitocondrial da espécie. A elevada variabilidade genética permite-lhe adaptar-se melhor a habitats mais diversos.
A má notícia é que a maior parte dos habitats são pequenos e estão fragmentados. Os investigadores defendem que os esforços devem ser concentrados nas áreas protegidas que ainda tenham densidades elevadas e tenham boas ligações entre si.
Em 2008 existiam 1141 tigres na Índia, o segundo país mais populoso do mundo, onde vivem mais de mil milhões de pessoas, revelou em Julho o Governo indiano. O futuro destes grandes felinos é mais do que incerto. Nesse mês, a Reserva Natural de Panna (no estado de Madhya Pradesh) anunciou que, em três anos, perdeu todos os seus 24 tigres, mortos por caçadores furtivos. Partes do corpo dos animais e a sua pele continuam a ter um elevado valor nos mercados asiáticos.

Fonte: Público PT

http://www.anda.jor.br/?p=16224

Canto pode influenciar a evolução da cigarra


Investigadores portugueses da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa acreditam que a capacidade acústica das cigarras, que cantam durante grande parte da sua vida, está associada à reprodução e evolução da espécie. E consideram que a diversificação dos seus cantos pode ser até responsável pelo surgimento de novas espécies
Já dizia a fábula, e até de um modo meio depreciativo, que enquanto a formiga trabalha, a cigarra canta. Pois, agora, os investigadores portugueses descobriram que, durante essas horas de canto, as cigarras podem estar a contribuir para o desenvolvimento da espécie. E que a diversificação dos seus cantos pode até explicar o aparecimento de novas espécies.
Três estudos publicados em revistas internacionais da especialidade revelam novas características destes insectos. Os trabalhos foram realizados por investigadores do Centro de Biologia Ambiental do Departamento de Biologia Animal da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa e da School of Biosciences da Universidade de Cardiff (no Reino Unido), que contribuiu na parte genética dos estudos.
Estes insectos têm olhos grandes e uma capacidade acústica que, nos dias de maior calor, pode atingir os cem decibéis. Os machos, pois as fêmeas são silenciosas. As cigarras chegam a viver 17 anos, sendo dos insectos com maior esperança de vida.
Mas grande parte do tempo passam-no a alimentar-se e a crescer debaixo de terra. Daí saem por algumas semanas, na fase ninfa, para se reproduzirem e morrerem. No tempo que passam à superfície, toda a energia é usada no acasalamento e na deposição de ovos em plantas herbáceas.
José Alberto Quartau, especialista da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa, explicou à Lusa o trabalho. "A investigação tentou comparar a evolução de algumas espécies de cigarras ao longo de várias gerações, a níveis morfológico, genético e comportamental." E a conclusão prova que a comunicação acústica é usada essencialmente na reprodução.
"É um exemplo muito bonito de como a comunicação acústica tem um papel muito importante na criação de novas gerações, ao servir de sinalização dos machos para atrair as fêmeas da sua espécie."
Esta comunicação acústica implica grande dispêndio de energia, pois os machos chegam a cantar horas seguidas no tempo de maior calor. Fazem-no através da vibração de membranas, provocada pela contracção de músculos.
Ao constatar que a evolução enveredou nestes insectos pela comunicação acústica, por lhes trazer grandes vantagens, os investigadores vão tentar agora demonstrar que o aparecimento de novos sinais acústicos poderá estar na origem da criação de novas espécies.
R. C.http://dn.sapo.pt/inicio/ciencia/interior.aspx?content_id=1336896&seccao=Biosfera

sábado, 15 de agosto de 2009

Escolho os meus Amigos...

Escolho os meus amigos não pela pele ou por outro arquétipo qualquer,
mas pela pupila.
Tem que ter brilho questionador e tonalidade inquietante.
A mim não me interessam os bons de espírito, nem os maus de hábitos.
Fico com aqueles que fazem de mim louco e santo.
Deles não quero resposta, quero o meu avesso.
Que me tragam dúvidas e angústias e aguentem o que há de pior em mim.
Para isso, só sendo louco.
Quero-os santos, para que não duvidem das diferenças e peçam perdão
pelas injustiças.

Escolho os meus amigos pela cara lavada e pela alma exposta.
Não quero só o ombro ou o colo, quero também a sua maior alegria.
Amigo que não ri connosco não sabe sofrer connosco.
Os meus amigos são todos assim: metade disparate, metade seriedade.
Não quero risos previsíveis, nem choros piedosos.
Quero amigos sérios, daqueles que fazem da realidade a sua fonte de
aprendizagem, mas que lutam para que a fantasia não desapareça.

Não quero amigos adultos, nem chatos.
Quero-os metade de infância e outra metade de velhice.
Crianças, para que não esqueçam o valor do vento no rosto; e velhos,
para que nunca tenham pressa.
Tenho amigos para saber quem eu sou.
Pois vendo-os loucos e santos, tolos e sérios, crianças e velhos,
nunca me esquecerei de que a normalidade é uma ilusão imbecil e
estéril.

Oscar Wilde

sexta-feira, 14 de agosto de 2009

Mais de 100 mil cães infectados com leishmaniose

Queda de pêlo, emagrecimento, apatia e crescimento exagerado das unhas são alguns dos sintomas da leishmaniose canina. Luís Madeira de Carvalho, médico veterinário e membro do Observatório Nacional das Leishmanioses (ONLEISH), escreve sobre esta doença.
Luis Madeira Carvalho é médico veterinário e membro do Observatório Nacional das Leishmanioses (ONLEISH)
A Leishmaniose Canina é uma doença parasitária infecciosa causada por um mosquito, o flebótomo, também chamado de "mosca da areia". Trata-se de um insecto pequeno, de 2 a 3 mm, com uma coloração cor de palha que transmite a doença aos cães, a animais silvestres como a raposa, mas também ao Homem.
Normalmente, a Leishmaniose Canina surge em cães com mais de 1 ano de idade e mais frequentemente em animais de pêlo curto ou que vivem no exterior. Frequentemente o cão tem um aspecto saudável, mesmo já estando infectado, e os primeiros sintomas surgem já numa fase mais avançada da doença.
O parasita multiplica-se na pele, na medula óssea, no baço, no fígado e nos linfonodos, originando um quadro de sintomas tardio, de progressão lenta e muito variável. Os sintomas mais comuns são a queda de pêlo; emagrecimento; fraqueza geral; apatia; febre irregular; feridas cutâneas persistentes que não cicatrizam, aumento exagerado das unhas (Leishmaniose cutânea); dilatação do fígado ou do baço; diarreia e vómitos (Leishmaniose visceral).
O maior risco de infecção está directamente relacionado com a época activa do insecto transmissor que começa com o início do calor - normalmente em Abril, estendendo-se até Outubro. Em anos mais quentes pode iniciar-se em Março e terminar em Novembro.
Recentemente, o Observatório Nacional das Leishmanioses, com o apoio da Intervet Schering-Plough, realizou um rastreio nacional a mais de 4000 cães, e concluiu que na amostra estudada existe uma prevalência total de 6%, o equivalente a cerca de 110 mil cães infectados, se os dados do estudo forem extrapolados para o total da população canina em Portugal. Foram abrangidas 53 Cidades e Vilas, sendo que Beja, Castelo Branco e Portalegre são os três distritos mais afectados, com uma prevalência superior a 10%.
Este estudo dá-nos um real conhecimento da infecção no nosso país, da sua distribuição pelo território nacional no mesmo período de estudo e permite dar uma resposta mais adequada às necessidades de cada região. Pretende-se que as conclusões desta investigação possam esclarecer e sensibilizar as populações para a Leishmaniose Canina.
Ao sensibilizarmos as entidades mais envolvidas no combate à doença, estamos a proteger os cães da doença. Estudos sobre o aquecimento global e a evolução climática mostram que há uma tendência para o alargamento das zonas endémicas para áreas mais a norte.
A Organização Mundial de Saúde recomenda que perante este quadro os países devem colocar rapidamente em prática sistemas de alerta e de controlo que permitam proteger as populações desta e de outras patologias infecciosas directamente afectadas pelo aumento da temperatura global.
É recomendado que se encoraje os donos dos cães a colocarem nos seus animais as coleiras impregnadas de deltametrina. A utilização destas coleiras poderá reduzir o contacto entre o Flebótomo e os cães, de tal forma que poderá diminuir o risco de transmissão ao Homem e a outros animais.
Os proprietários de cães melhor esclarecidos permitirão, pelo menos, uma redução do crescimento da prevalência desta doença. A evolução da Leishmaniose Canina deve ser seguida de perto, pois constitui um risco para a Saúde Animal e para a Saúde Pública.
Para saber mais sobre esta doença, deixo aqui o site www.onleish.org
Luís Madeira Carvalho
14:45 Sexta-feira, 14 de Ago de 2009
http://aeiou.expresso.pt/mais-de-100-mil-caes-infectados-com-leishmaniose=f530965

Plataforma Autarquias

Caro cidadão,
A partir de hoje, tem ao seu dispor a plataforma autarquias.org.
Com o autarquias.org os cidadãos podem alertar os
municípios para as mais variadas situações, desde de Lixos na via pública,
postes de iluminação que não o funcionam, buracos na via pública,
equipamento danificado, problemas nos abastecimentos, ou outros tipos de
problemas, que muitas das vezes as Câmaras Municipais não tem
conhecimento.
Os cidadãos podem acompanhar as respostas das autarquias aos alertas
apresentados por outros cidadãos, como também participarem nesses mesmos
alertas adicionando comentários.
O autarquias.org permite também a criação de
debates por cidadãos que pretendem discutir assuntos que lhes pareçam
pertinentes com outros cidadãos e com o próprio município ou questionar a
autarquia sobre um assunto do interesse de todo o município., como também
a abertura de petições.
Participe neste projecto.
www.autarquias.org

quinta-feira, 13 de agosto de 2009

Aves e outras espécies endémicas em perigo : Mosquitos ameaçam o arquipélago das Galápagos com desastre ecológico


São uma praga em qualquer lado, mas no santuário ecológico das ilhas Galápagos, os mosquitos para lá transportados juntamente com os turistas, que chegam em número cada vez maior, são um fenómeno sem controlo que pode provocar um desastre, revela um novo estudo.
Pensava-se que o mosquito comum do Hemisfério Sul, "Culex quinquefasciatus", tinha sido introduzido nas Galápagos num único evento, na década de 1980. Mas cientistas da Universidade de Leeds, da Sociedade Zoológica de Londres, da Universidade de Guayaquil e do Parque Nacional das Galápagos provaram que este mosquito vem frequentemente de boleia a partir da América do Sul, e que se está a cruzar com insectos locais.
Os mosquitos vêm de avião e também nos barcos carregados de turistas - o que torna provável que a invasão se espalhe a todo o arquipélago onde Charles Darwin descobriu tentilhões com bicos de formas diferentes, que o ajudaram a desenvolver a teoria da evolução através da selecção natural.
"O número de mosquitos que chega de avião é baixo, mas aterram muitos aviões diariamente, e os mosquitos parecem capazes de sobreviver e de se reproduzir" com espécies locais, diz Arnaud Bataille, um dos investigadores ligados ao estudo, publicado na revista científica britânica "Proceedings of the Royal Society B: Biological Sciences".
O "Culex quinquefasciatus" transmite várias doenças, que afectam tanto animais como seres humanos. Ao ser introduzido no Hawai, no fim do século XIX, provocou epidemias devastadoras nas aves do arquipélago.
"O nosso trabalho mostra que estão a criar-se condições para que ocorra um desastre semelhante nas Galápagos", comenta Andrew Cunningham, outro cientista, num comunicado de imprensa.

12.08.2009 - 14h43 PÚBLICO http://ultimahora.publico.clix.pt/noticia.aspx?id=1395812&idCanal=13

quarta-feira, 12 de agosto de 2009

LIVROS COM BICHOS



Não vos vou falar hoje de “Os Bichos”, do genial Miguel Torga. Agora apenas de um livro (“Três ingleses num barco sem contar com o cão”) que me fez rir quando jovem pela subtileza do humor e pelas situações vividas por três ingleses (O que não é inteiramente verdade já que um dos passageiros é polaco) em passeio histórico pelo Tamisa acima, acompanhados de um cão de nome Montmorency.

Este livro, de finais do Séc. IXX, cujo autor, Jerome K. Jerome, pretendia obra séria e didáctica, foi aos poucos tornando-se um símbolo do humor inglês. Inicialmente publicado em folhetins, o editor foi-lhe retirando as partes históricas, realçando as humorísticas e as caricatas. É inesquecível a cena do chá das cinco, no bote, em que todos dizem em voz demasiadamente e desnecessariamente alta que não querem nem lhes apetece chá, “chá que horror!”, única maneira de fazer com que a água ferva mais depressa.
(Cotovia Editora). A.M.

terça-feira, 11 de agosto de 2009

Bioengenharia: Turbulência nas águas Animais em grupo agitam os mares

Grupos de animais marinhos podem influenciar o movimento das águas dos mares e oceanos, indica um estudo realizado por investigadores do Instituto de Tecnologia Caltech da Califórnia (EUA). A descoberta teve origem na tentativa de perceber como a composição das águas, as correntes e a sua temperatura podem alterar a vida destes seres. No entanto, a pesquisa mostrou exactamente o contrário.
Segundo o estudo, as medusas, tal como outros seres marinhos pequenos que se movimentam em grupos, podem influenciar a turbulência das águas, quase tanto como os ventos e as marés. Durante a experiência, realizada na ilha de Palau, no Oceano Pacífico, os pesquisadores colocaram tinta fluorescente nas águas onde as medusas se mexiam.
Ao contrário do que se supunha, em cada dia, milhares de pequenos animais – como medusas e outros seres marinhos – emergem centenas de metros do fundo do oceano em direcção à superfície, onde se alimentam. O poder global do movimento desse grupo equivale a um trilião de watts de energia, comparável à força dos ventos e das marés.
http://www.correiomanha.pt/noticia.aspx?contentid=5F475BF7-108D-4C86-8D71-75CDAD208D2B&channelid=00000219-0000-0000-0000-000000000219

Animais raros e ameaçados


Identificado na região indiana de Arunachal, o macaco que ganhou o nome daquela zona do país (Macaca munzala), foi uma das descobertas mais extraordinárias feitas ali nos últimos dez anos, segundo a WWF. A descoberta de novos primatas é algo muito raro
Na foto, em cima, esta rã, de nome científico (Leptobrachium smithi), foi descoberta em 1999 no estado de Assam, na Índia. Os seus olhos dourados sobressaem, dando-lhe um ar muito diferente do que estamos acostumados a ver nestes anfíbios. A sua população está em declínio
Parece um rato, mas não é. É uma espécie de veado em miniatura (Muntiacus putaoensis), que mede entre 60 e 80 centímetros de altura. Foi descoberto na fronteira com o Norte da Birmânia, em 1999
São pelo menos 14 novas espécies em 10 anos. Um deles é um peixe cor de chocolate (Erethistoides ascita), que foi identificado no rio Kosi, no Nepal, em 2005
Pelo menos 21 novas espécies destas flores exuberantes foram identificas nos Himalaias. Mais 15 espécies de bambus e uma nova palmeira também foram registados
http://dn.sapo.pt/inicio/ciencia/interior.aspx?content_id=1331454&seccao=Biosfera

segunda-feira, 10 de agosto de 2009

Cães que contam até cinco e aprendem 150 palavras


Já sabíamos que eles sabiam rebolar, deitar, ir buscar o jornal ou os chinelos. Mas agora um psicólogo americano especialista em comportamento animal veio demonstrar que os cães também sabem detectar erros em operações matemáticas e conseguem aprender centenas de palavras. E que nos enganam tanto como nós os conseguimos enganar a eles
"Até parece que pensa." Esta frase, tantas vezes ouvida a donos de cães, estará mais próxima da verdade do que poderíamos imaginar. Contar até cinco, perceber 150 palavras e enganar os donos de forma propositada e em benefício próprio. Segundo o psicólogo norte-americano Stanley Coren, estas são capacidades que os cães têm. Algumas raças mais do que outras, note-se.
Stanley Coren, professor na Universidade de British Columbia e autor de livros sobre comportamento animal, levou as conclusões da sua obra A Inteligência dos Cães ao congresso da Associação Americana de Psicologia. E algumas delas são surpreendentes. Segundo o especialista, a inteligência canina está dividida em instintiva, adaptativa (uma espécie de tentativa- -erro, até se resolver os problemas colocados) e de trabalho e obediência (aquilo que podia ser transposto para a aprendizagem escolar). Ficamos assim a saber que um cão normal pode aprender uma média de 165 palavras, mas os mais inteligentes, como os border collie (ver tabela), podem mesmo chegar às 250.
Mas os cães não são apenas bons linguistas, como ainda percebem de aritmética. Stanley Coren constatou, por exemplo, que os cães são capazes de detectar erros em operações matemáticas como 1+1=1 ou 1+1=3.
No livro do psicólogo americano encontramos também exemplos de inteligência adaptativa. Prince, um border collie, aproveitava as saídas das visitas de casa dos donos para tentar ir à rua. Certo dia, numa dessas corridas desenfreadas, acabou por ir contra as típicas protecções de portas usadas nos Estados Unidos e passou por entre os fios. Tinha encontrado a sua escapatória! Mas a descoberta não durou muito tempo. Pouco tempo depois, o dono percebeu o esquema e substituiu o fio por arame grosso. Frustrado, o cão começou a cirandar pela casa e apercebeu-se de que o material que cobria aquelas janelas que costumavam estar abertas era o mesmo pelo qual passava na porta de entrada. Para um exemplar da raça mais inteligente do mundo não foi difícil perceber que tinha encontrado outra saída para o mundo exterior.
Tendo em conta este acumulado de capacidades, não admira que "os cães tenham quase tanto êxito a enganar os humanos como os humanos a enganar os próprios animais", confessa o psicólogo, que apresenta no livro um outro caso elucidativo.
Arnold, um caniche, começou a urinar na cama da dona quando esta começou a receber o namorado em casa. Aquilo que aparentemente parecia um caso instintivo de simples ciúmes, era afinal mais do que isso. A questão é que o cão era demasiado esperto e percebeu que a dona ligava mais ao seu mau comportamento do que às boas acções. E cedo sentiu que urinar na cama era algo que causava particular fúria. Assim, sempre que a dona começava a dar mais atenção ao namorado, o cão atraía as atenções sobre si. A dona não só deixava de estar com o namorado como já não podia usar os lençóis.
Carla Peralta treina cães-de- -água no Algarve e contou ao DN como um cão pode "dar a volta" ao dono. "É tudo uma questão de dominância, eles ganham ascendente sobre a pessoa. Tenho o exemplo de uma senhora que não conseguia impor autoridade e a cadela fazia dela o que queria. A dona dizia uma coisa e o animal fazia outra." Talvez este fosse o caso de um cão demasiado inteligente.
PEDRO VILELA MARQUES DN Ciência
http://dn.sapo.pt/inicio/ciencia/interior.aspx?content_id=1330467&seccao=Biosfera

domingo, 9 de agosto de 2009

Cegonhas aumentam 15 por cento num ano

A tendência é de expansão do número de cegonhas na região de Aveiro. Muitos dos juvenis que aí nascem, voltam para se reproduzir. Escolhem o local devido às zonas húmidas e vales de água doce com campos agrícolas.
No último ano registou-se um aumento de 15 por cento no número de casais de cegonhas que, habitualmente, escolhem a zona da Ria de Aveiro para nidificar. Eram 200, agora são 230. E a tendência é para aumentar. Fernando Leão, da associação ambientalista Quercus, explica que tal se deve ao facto "dos juvenis que nascem cá, escolherem esta zona para se reproduzir, daí que todos os anos apareçam novos casais".
Os casais de cegonhas existem em quase todos os concelhos limítrofes à Ria de Aveiro (ver ficha). De fora dos locais preferidos ficam Vagos e Ílhavo "porque não têm as condições de habitat necessárias para as cegonhas, isto é, poucos campos agrícolas perto de vales de água doce", refere Leão.
Este ritmo acelerado de crescimento do número de cegonhas na região verifica-se desde meados dos anos 90. "O primeiro casal apareceu em 1989, mas em meados dos anos 90, por volta de 1995, registou-se um aumento acentuado".
A zona da Ria de Aveiro apresenta as condições ideias para as cegonhas se reproduzirem. Trata-se de um habitat localizado em zonas húmidas, com proximidade dos rios e campos agrícolas onde se alimentam. É normal ver-se muitos ninhos de cegonhas em cima de postes e sinais de trânsito na zona da auto-estrada 25 (A25), por exemplo.
Esta realidade, no entanto, "acabará por ser mudada", explica Fernando Leão. "Há um esforço para se retirar os ninhos destes locais para as imediações devido a questões de segurança para os automobilistas", afirma, explicando que "podem cair paus dos ninhos, ou até mesmo juvenis quando começam a aprender a voar e podem cair em cima de um carro".
O ambientalista concorda com a retirada dos ninhos destas zonas junto à auto-estrada e alerta para o facto da melhor altura para o fazer ser esta. "As cegonhas nidificam durante Fevereiro e Março e os juvenis saem dos ovos em Junho. Por isso, Agosto e Setembro são os meses ideias para a retirada dos ninhos para locais mais seguros", esclarece Fernando Leão.

PAULA ROCHA Jornal de Noticicias 8.8.09

quinta-feira, 6 de agosto de 2009

Abandono deixou de ser prática exclusiva do período de férias – associações

Lisboa, 02 Ago (Lusa) - O abandono de animais de estimação em Portugal deixou de ser uma prática exclusiva dos meses que antecedem as férias de Verão e passou a acontecer todos os dias do ano, acusam responsáveis de associações.
"Qualquer pretexto serve" para abandonar um animal de estimação quando se torna incómodo ou um entrave. Quem o afirma é Ana Pino, uma das responsáveis da Associação Portuguesa de Cães Abandonados (APCA), que diariamente acolhe os animais que tiveram a rua como destino ou os que são entregues directamente à porta da associação.
"Vou trabalhar para o estrangeiro" ou "vou mudar para uma casa onde o senhorio não permite animais" são, segundo a responsável da APCA, apenas "algumas das muitas desculpas" que diariamente ouve quando os até então melhores amigos do homem se tornam um obstáculo para os donos.
"Há dois ou três anos verificava-se um aumento significativo de cães abandonados antes do Verão. Mas essa tendência já não se nota. Infelizmente, o abandono passou a acontecer todos os dias do ano", lamenta Ana Pino, que já conta 206 cães na associação.
É uma "situação dramática que já vinha a aumentar e que agora foi agravada pela crise económica", refere, por sua vez, o presidente da associação Animal, para quem, no entanto, continuam a "notar-se picos de abandono entre Junho e Agosto".
Segundo disse à Lusa Miguel Moutinho, os factores económicos contribuem cada vez mais para o abandono de animais em Portugal. "Muitos já não conseguem suportar as despesas mais básicas, como a alimentação, e optam pelo abandono do animal, que é sempre o elo mais fácil", critica.
Mas não é apenas o aumento do número que preocupa Ana Pino. A responsável da associação sedeada em Sintra lamenta que os cães que até lá conseguem chegar estejam "em cada vez pior estado".
"Há uma grande falta de responsabilidade. As pessoas não percebem o que significa ter um cão e as despesas quase nunca são tomadas em conta", critica, referindo que "tudo o que tem a ver com dinheiro é muito complicado".
Quando os donos são confrontados com "grandes despesas veterinárias - que não têm nenhum tipo de comparticipação nem podem ser descontadas no IRS - os cães são simplesmente abandonados porque não há como os tratar".
Há até, muitos que "recusam pagar um cêntimo quando entregam os animais à associação", que para receber um cão pede "uma taxa de 20 a 50 euros", refere.
As estimativas que apontam para que cada ano sejam abandonados dez mil cães em todo o país não convencem quem já está no terreno há muitos anos. "Parece-me muito pouco, quando a APCA, que é pequena, acolhe cerca de 300 cães por ano e os canis municipais, em média, entre 40 e 50 por semana", reage Ana Pino.
Opinião partilhada por Miguel Moutinho, que considera tal número "absurdo". "Se fossem apenas dez mil animais estaríamos muito bem", refere, salientando que as estimativas que as associações fazem no terreno "são muito mais dramáticas".
"Não existe qualquer estudo que permita falar de números próximos da realidade. Mas, se admitirmos, que, em média, 500 animais (números conservadores) são abandonados em cada um dos 308 concelhos por ano, já estamos a falar de 150 mil", explicou.

Por Simon Kamm, Agência Lusa. In “Expresso Online”

quarta-feira, 5 de agosto de 2009

A árvore e os pássaros, unidos na floresta Africana


Três pesquisadores em Vancouver dizem haver a uma ligação estreita entre as árvores e os pássaros no Serengeti, na Tanzânia.
Nesta região, espalhada de floresta, mais de 70% da vegetação desapareceu desde 1950.Esta perda também conduz a menos aves.
Ao estudar este relacionamento,com observações realizadas no terreno desde 1966, os três cientistas mostram como o destino das aves e as árvores estão ligados. Nas grandes florestas tropicais, os animais desempenham um papel essencial na vida das árvores; como os animais se alimentam de frutos e, em seguida, rejeitam-nos pré-digerindo as sementes que ficam nas suas fezes. Estas ficam muito duras para germinarem para dar origem a outras árvores.
Assim, o elefante na floresta da Bacia do Congo mantêm seu estilo de vida; a floresta e os pássaros do Serengeti cooperaram ficando a floresta é mais densa, como muitos animais incluindo aves.
O papel das aves é especialmente importante para lidar com os besouros que ali vivem. Estes parecem incapazes de comer as sementes que caiem ao chão. As sementes ingeridas por pássaros e os seus excrementos libertados atraem os nossos pequenos besouros. Assim os pássaros é que tiram partido da árvore para viver e comer, protegendo a sua reprodução. No entanto, esta simbiose é frágil:as florestas são danificadas após um incêndio.
Os três pesquisadores descobriram que a proporção de sementes no solo aumenta, promovendo o desenvolvimento de besouros. As árvores, por isso, são difíceis de se reproduzirem o que causa o não retorno das aves.

Denis Delbecq Science e Vie
Edição de 3 de Julho de 2009
Imagem: floresta da Tanzânia © Science / AAAS

terça-feira, 4 de agosto de 2009

Parasita da malária veio dos chimpanzés para os humanos


Os cientistas analisaram várias amostras de variantes do parasita encontrado no sangue recolhido em exames de rotina feitos a chimpanzés que vivem nos santuários no Camarões e na Costa do Marfim.
Estudo pode ser importante para futura vacina
O parasita responsável pela grande maioria dos casos de malária em humanos terá sido transmitido por chimpanzés da África equatorial há milhares de anos, argumenta uma equipa de cientistas num artigo publicado ontem na revista da Proceedings of the National Academy of Sciences. A descoberta pode ser importante no desenvolvimento de uma vacina e ajudar a compreender outras doenças infecciosas, como a Sida ou a gripe das aves e a H1N1.
“Quando a malária se transferiu para os humanos, tornou-se rapidamente muito agressiva (...) A doença em humanos tornou-se resistente a muitas drogas. Tenho esperança que a nossa descoberta nos aproxime do desenvolvimento de uma vacina”, afirma Francisco Ayala, investigador da Universidade da Califórnia que é um dos autores principais do estudo, num comunicado oficial sobre a pesquisa. Os parasitas ligados à malária nas duas espécies são mais próximos do que se pensava.
Na pesquisa que decorreu nos Camarões e na Costa do Marfim, a equipa de investigadores terá conseguido mostrar que, ao contrário do que se pensava, os dois parasitas não existiram separadamente ao longo do tempo mas um deles (o que se encontra na maior parte das infecções humanas e em quase todos os casos mortais) terá tido origem no que é encontrado nos chimpanzés. A transformação do parasita aconteceu por culpa de um mosquito, dizem. Apesar das semelhanças genéticas entre o parasita plasmaodium falciparum (detectado nos humanos) e o plasmodium reichenowi (dos chimpanzés) foram identificadas algumas diferenças. A espécie que afecta os chimpanzés terá um gene (CMAH) desactivado, enquanto a outra apresenta uma sobre expressão do mesmo gene.
Os cientistas analisaram várias amostras de variantes do parasita encontrado no sangue recolhido em exames de rotina feitos a chimpanzés que vivem nos santuários nos Camarões e na Costa do Marfim. Uma análise genética permitiu fazer a ligação entre uma das estirpes e todas as variantes que afectam os humanos. Esta ligação, dizem, é suficiente para concluir que um mosquito transferiu a malária para os humanos. A subtil diferença genética faz com que os cientistas defendam que esta “transferência” ocorreu recentemente – algo entre há cinco mil anos e há dois milhões de anos.
Esta pesquisa pode ajudar a encontrar novos caminhos para a vacina de uma doença que mata mais de 1,5 milhões de pessoas por ano e faz adoecer 500 milhões. Recentemente, a Organização Mundial de Saúde alertou para o aumento de casos resistência aos tratamentos.
REUTERS/Thomas Mukoya
04.08.2009 - 13h54 PÚBLICO