
São uma praga em qualquer lado, mas no santuário ecológico das ilhas Galápagos, os mosquitos para lá transportados juntamente com os turistas, que chegam em número cada vez maior, são um fenómeno sem controlo que pode provocar um desastre, revela um novo estudo.
Pensava-se que o mosquito comum do Hemisfério Sul, "Culex quinquefasciatus", tinha sido introduzido nas Galápagos num único evento, na década de 1980. Mas cientistas da Universidade de Leeds, da Sociedade Zoológica de Londres, da Universidade de Guayaquil e do Parque Nacional das Galápagos provaram que este mosquito vem frequentemente de boleia a partir da América do Sul, e que se está a cruzar com insectos locais.
Os mosquitos vêm de avião e também nos barcos carregados de turistas - o que torna provável que a invasão se espalhe a todo o arquipélago onde Charles Darwin descobriu tentilhões com bicos de formas diferentes, que o ajudaram a desenvolver a teoria da evolução através da selecção natural.
"O número de mosquitos que chega de avião é baixo, mas aterram muitos aviões diariamente, e os mosquitos parecem capazes de sobreviver e de se reproduzir" com espécies locais, diz Arnaud Bataille, um dos investigadores ligados ao estudo, publicado na revista científica britânica "Proceedings of the Royal Society B: Biological Sciences".
O "Culex quinquefasciatus" transmite várias doenças, que afectam tanto animais como seres humanos. Ao ser introduzido no Hawai, no fim do século XIX, provocou epidemias devastadoras nas aves do arquipélago.
"O nosso trabalho mostra que estão a criar-se condições para que ocorra um desastre semelhante nas Galápagos", comenta Andrew Cunningham, outro cientista, num comunicado de imprensa.
12.08.2009 - 14h43 PÚBLICO http://ultimahora.publico.clix.pt/noticia.aspx?id=1395812&idCanal=13
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